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Gogó de Ouro promete muito samba para Curitiba em 2020
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O carioca Jaime Queiroz é um sambista renomado. Em suas apresentações, parece um moleque arteiro. Ah, e tenho que ressaltar que, ele já tem mais de 60, ok?
Mas pelo nome de batismo, há pouca referência e informação sobre ele no mundo da música. Até você deve estar se perguntando: “Quem é Jaime? O único Jaime que conheço era roqueiro e tinha o Léo na frente”.
Não, não estou falando de Léo Jaime, cantor brasileiro que fez muito sucesso nas décadas de 80 e 90. O Jaime o qual me refiro é uma fera, ele se transforma à partir do momento em que um pandeiro cai em suas mãos.
Em todo o Brasil e até em Portugal o Jaime Queiroz é mais conhecido como Gogó de Ouro!
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Esse homem talentoso veio para Curitiba há mais 20 anos. Só que Gogó não veio sozinho para a capital, o cara trouxe na bagagem não só roupas, mas também veio junto toda “malandragem” e suingue do verdadeiro samba de raiz brasileiro.
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Gogó de Ouro é tão importante para acensão da história do samba no Paraná que, hoje, é reconhecido, respeitado e considerado por muitos músicos da nova geração como um dos pioneiros e pai do samba em Curitiba.
Por ano, o sambista contabiliza em sua agenda mais de 300 shows e apresentações. No seu repertório há mais de 1.200 sambas. Gogó não tem só o gogó, possui também muito fôlego!
Vale a pena destacar o intérprete diferenciado e irreverente que ele é. Ver e ouvir Gogó cantarolá o samba é o mesmo que fazer uma viagem aos anos dourados do gênero musical que foi muito popular no Estado carioca.
Incansável, o jovem e velho Gogó, realiza diversos eventos todos os anos, sempre procura reunir os novos sambistas com os veteranos e quando não consegue patrocínio para embalar a festa, ele investe os próprios recursos para realizar suas ações . “O samba não pode morrer, o samba, se depender de mim, jamais caiará no esquecimento dos curitibanos”, disse.
Gogó decidiu deixar a profissão de capoeirista em 1984, e passou a se dedicar apenas à música, fazendo seus primeiros shows em praças públicas da Cidade.
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“Eu vim pra cá em 1984, para participar de um evento no ginásio do Tarumã, promovido pelo grupo Muzenza. do mestre Burguês. E chegando aqui, estranhei que o pessoal terminava a roda de capoeira e já ia se trocar, mas no Rio e na Bahia, a tradição é fazer um sambinha de roda, depois da capoeira. Eu comecei com isso, fazia sambão na rua XV, e o pessoal foi gostando”
O músico lembra que as primeiras apresentações causou estranheza, o impacto cultural foi maior do que imaginava e por isso, ou seja, por cantar samba nas ruas de Curitiba, o cara acabou indo em cana. Sim! Pasmem, Gogó de Ouro foi parar no xilindró por cantar samba nas ruas da capital do Paraná .
“Eu estava numa das praças da cidade cantando o meu samba, quando vieram os policiais e me levaram em cana, dizendo que não podia cantar esse tipo de música por aqui”, relembra.
Quando Gogó me contou esse episódio, lembrei-me de um dos sucessos do saudoso Bezerra da Silva: “Quando os federais bobearam e levaram o homem inocente…”.
Após esse episódio, ter sido liberto e dos “canas” terem compreendido toda a situação entre uma roda de capoeira e outra, ele conheceu o médico Wilhan do Cavaco, que o chamou para um show no teatro Guaíra, em 1985. Aí, a capoeira foi ficando de lado e o samba ganhando mais espaço na vida.
Hoje, Gogó de Ouro mantém apenas a argola na orelha, uma tradição dos negros capoeiristas que se diferenciavam usando o brinco e indicava que tinha participado da guerra do Paraguai.
Gogó de Ouro foi o responsável por realizar o primeiro festival de samba na Cidade. Intitulado de: “O Dia Nacional do Samba“!
Esse evento marcou a consagração e consolidou a permanência do estilo entre os paranaenses, tanto que surgiram vários seguidores que aderiram ao movimento após desta manifestação popular promovida por Gogó.
Quando se fala em samba em Curitiba é impossível não citar ou lembrar de Gogó de Ouro, o carioca é considerado o pai de uma nova geração de sambistas curitibanos.
E ainda segundo o interprete, “Este ano teremos muitas rodas de samba por essa bela cidade”, afirma.
A Origem do Samba
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O samba vem da palavra Quimbundo, que significa umbigada e era empregada para designar a dança de roda no ritmo de 2/4. Surgiu no início do século XX, entre os afro-descendentes que estavam no Brasil e era conhecida pelo canto ao som de palmas e ritmos batucados.
O primeiro registro de samba é a canção “Pelo Telefone”, composta por Donga e gravada em 1916. É a manifestação cultural brasileira mais conhecida no mundo, e desde 1960 tem um dia dedicado através de decreto lei.
Para Gogó de Ouro, o cavaco e o pandeiro são os instrumentos que não podem faltar no samba. “Posso cantar acompanhado de violão e outros instrumentos, mas quando o cavaco entra e o pandeiro começa a soar, é diferente. O suingue dos instrumentos dá o toque do samba”, finaliza o cantor.
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